30.6.14

Algumas palavras sobre futebol

As duas seleções nas quais eu teria apostado minhas fichas nos jogos deste domingo (Holanda e Costa Rica) passaram de fase. No entanto, ambas quase se complicaram e, coincidentemente, ambas tiveram um pênalti (claro) não marcado a seu favor.

Entre os esportes com bola, o futebol é o mais apaixonante; e entre os esportes sem bola, discutir os recorrentes erros de arbitragem é o mais entediante. Reduzir ao mínimo as polêmicas em torno de lances decisivos deveria ser a primeira das preocupações da FIFA. A não ser, é claro, que a própria FIFA tire, de algum modo, proveito dos erros cometidos pelos árbitros de futebol.

Todos esperam uma final entre Brasil e Argentina, mas não é improvável que a final da Copa do Mundo de 2014 repita a final de 40 anos atrás: Alemanha e Holanda. Nesse caso, que vença a Holanda, que já bateu na trave três vezes. O Brasil tem minha torcida, mas terá poucas chances se não definir um meio de campo que consiga articular jogadas ofensivas. A Colômbia corre por fora e também tem condições de chegar à final; e ela ao menos tem o mérito de não ser um daqueles adversários tradicionais que me fariam chorar a eliminação. Terá minha torcida se o pior acontecer. Felipão está anunciando mudanças que serão muito bem-vindas, pois já ficou claro que a seleção vitoriosa na Copa das Confederações não tem condições de ganhar a Copa do Mundo (Paulinho não está num bom momento, Daniel Alves nunca foi um Cafu.) No entanto, Hulk deveria jogar ao menos o primeiro tempo de cada jogo. Sua garra é valiosa num time que ainda não se acertou. Apesar de suas limitações, ainda confio mais nele do que em Jô para fazer a diferença.

E a Argentina? Que me perdoem los hermanos, mas minha intuição me diz que eles irão tropeçar diante da Suíça. E mesmo que passem adiante, ainda terão a Holanda pela frente. Espero que saibam levar a derrota na esportiva.

E por falar nos argentinos, quem é o melhor: Zico ou Maradona? Os dois jogadores se enfrentaram diretamente em quatro partidas e Zico levou a melhor em três delas. Maradona fez 345 gols contra 812 do galinho. Zico só não ganhou uma Copa do Mundo por causa de um único passe infeliz do grande Toninho Cerezo. Maradona ganhou uma Copa do Mundo... com a mão. Pelé? Pelé é incomparável. Mas cada qual tem o ídolo que merece.

E por falar em ídolos, não dá para comparar Suárez a Cristo ou Joana D'Arc só porque ele recebeu uma punição excessiva. Menos, bem menos...

Há muita vida no futebol, mas há muito mais vida fora das quatro linhas. Talvez em 2018 eu volte a falar do tema.

P.S. - Já ia me esquecendo: ninguém aqui no Brasil joga às 13 horas. Não rola nem pelada com bola de meia em pátio de escola.

26.6.14

The soccer, the elbow and the dollars

Teria a FIFA interesse na difusão do futebol nos EUA? Penso que sim.

Em 1994, Leonardo, da seleção brasileira, foi expulso por dar uma cotovelada num jogador dos EUA. Pelo mesmo lance, ele foi suspenso por quatro jogos e ficou fora da Copa. Vale lembrar que Leonardo estava disputando a bola e só cotovelou o americano porque este o estava agarrando.

Vinte anos depois, aqui no Brasil, o jogador Beckerman, dos EUA, deu uma cotovelada em Raúl Meireles, de Portugal. Só que, neste caso, os dois jogadores nem mesmo estavam disputando a bola. Foi uma agressão gratuita, bem mais semelhante à mordida do uruguaio Suárez do que à cotovelada de Leonardo.

A televisão mostrou tudo, e o lance não escapou à imprensa portuguesa. Estranhamente, a imprensa brasileira sequer comentou o lance. É como se ele não tivesse acontecido.

É compreensível que a FIFA esteja extremamente interessada nos futidólares. O que eu não entendo é o silêncio de nossa imprensa.
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