9.6.17

Três fundos de tela pretos para Android

É um tanto surpreendente verificar que poucos desenvolvedores de websites sabem produzir imagens otimizadas, isto é, arquivos de imagem com os menores tamanhos possíveis. É mais fácil encontrar um ministro do TSE com coragem suficiente para votar de acordo com as provas do que um site com imagens otimizadas ao máximo.

Este site sobre o sistema Android, por exemplo, que é informativo e bem desenhado, oferece um papel de parede preto (1920x1080 pixels) em um arquivo de 43.536 bytes. O arquivo é pequeno, sem dúvida, mas o fato é que se pode produzir um arquivo idêntico (igualmente preto e com as mesmas dimensões em pixels) 125 vezes menor.

Como você já sabe, o papel de parede preto, além de bacanudo, economiza bateria, especialmente em celulares mais modernos. E não há nenhuma necessidade de que o tamanho do arquivo seja minúsculo: basta que seja preto e seja salvo em formato PNG. Mas se é possível produzi-lo em escala microscópica... Por que não?

Fiz três fundos de tela pretos de dimensões (em pixels) variadas, que estão disponíveis abaixo. Se um deles servir para o seu celular, é só baixar e usar. Se seu celular usa fundo de tela com dimensões diferentes, use o Paint do Windows (ou um programa melhor, como o paint.net ou o Gimp) para fazer o seu. O arquivo não ficará minúsculo como aqueles que estou oferecendo aqui, mas ficará pequeno o bastante. Repetindo, basta que seja preto e seja salvo em formato PNG.

Clique sobre as imagens e depois salve-as em seu dispositivo.





8.6.17

Ossos do ofício

Governantes não podem ter uma espada de Dâmocles permanentemente suspensa sobre eles, alegou um dos ministros do TSE.

O problema é que isso contradiz a realidade que a própria anedota ilustra. Governantes sempre tiveram uma espada suspensa sobre seus pescoços, e não é mau que continue a ser assim em regimes democráticos.

Neste momento, um dos membros do tribunal está, do alto de seus cabelos brancos, questionando a validade das delações premiadas.

Vou ali fazer um papel de parede para o celular de minha mulher e depois eu volto.


P.S. - Como bem resumiu outro membro há alguns minutos, o que se apresenta no processo é indecoroso e ilegal, mas daí a considerar probatórias as provas e proferir uma condenação, há todo um Brasil de distância. Que outros cuidem disso.

7.6.17

pequenas intervenções (digitais, porém não menos) urbanas +1

6.6.17

pequenas intervenções (digitais, porém não menos) urbanas

5.6.17

Crise política 2: o impasse

Agora que o cerco à operação Lava Jato ganhou contornos oficiais e que a blindagem da corrupção está ganhando novas e coriáceas camadas, é bastante difícil prever até que ponto as quadrilhas no poder serão afetadas. Tudo indica que, a despeito das baixas e até da queda de alguns medalhões, as quadrilhas irão sobreviver, e com elas a velha política da "Nova República". Espero, é claro, estar enganado; mas o esperar, neste caso, exprime mais uma "torcida" do que propriamente uma esperança.

Se não há solução fora da política, e se os encarregados de providenciar soluções (por exemplo, uma reforma política) são os políticos, ou seja, justamente aqueles que precisam desesperadamente que as soluções lhes sejam benfazejas em detrimento do resto da sociedade, estamos, nitidamente, num impasse.

Como sair desse impasse? Pedir que quadrilhas não se comportem como quadrilhas está fora de questão. Assim, é preciso impedi-las de tomar decisões que mantenham seus próprios privilégios. Mas como impedir que políticos conduzam as necessárias reformas sem, com isso, recair em autoritarismos?
 

1.6.17

Crise política 1: o double-bind

Obras superfaturadas e aditivos sem fim, financiamentos fraudulentos, perdões de dívidas e multas de empresas privadas, desvios gigantescos em empresas estatais e fundos de pensão, legislações capciosas elaboradas em causa própria, hermenêuticas casuísticas, negociatas de toda ordem: agora sabemos, se já não sabíamos, como se tem feito política no Brasil.

Diante desse quadro espantoso, é impossível deixar de perguntar: será que as várias quadrilhas que estiveram conduzindo o país desse modo deixariam de cometer justamente o crime perfeito, impossível de ser auditado e investigado, o "crime dos crimes" que garantiria a manutenção dessas mesmas quadrilhas no poder?

Não é teoria da conspiração. É, diante das atuais circunstâncias, uma dúvida mais do que razoável. A rigor, um sistema de votação como o nosso sequer deveria existir. E não existe mesmo: a não ser aqui.

É demasiadamente irônico que, justamente no momento em que aprendemos tanto sobre o funcionamento comezinho da política brasileira, intelectuais e meios de comunicação estejam repetindo incessantemente que não há solução fora da política. É mais ou menos como dizer que precisamos confiar no nosso sistema eleitoral e ao mesmo tempo nos mandarem (sim, mandarem) votar nas máquinas de votação menos confiáveis do mundo. É difícil não chegar à conclusão de que os brasileiros estão sendo vítimas de double-bind.


P.S. Mais de um mês depois da publicação desta postagem, foi publicado na Folha de São Paulo este artigo de Ronaldo Lemos: "Segurança de urna digital acende luz amarela no Brasil". 
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