24.4.18

Todo dia é dia de chimarrão

Considerando-se que sou carioca, tive a sorte de, ainda jovem, ter quem me ensinasse a cevar um chimarrão. Passei a maior parte de minha vida bebendo erva-mate torrada, como é costume aqui no Rio, mas também tomei chimarrão durante longos períodos. O problema é que eu não conseguia encontrar, no comércio local, uma erva que me agradasse de verdade.

Hoje, com a expansão e diversificação do comércio online, as coisas estão bem mais fáceis: posso encomendar, diretamente ao próprio fabricante, toda a erva fresca que eu quiser; além disso, há uma grande variedade de cuias, bombas e acessórios à venda pela Internet. Assim, o que parecia impossível aconteceu: o mate tostado (bebido sem açúcar) saiu de cena, substituído pelo mate verde.

* . *

O autêntico mateador, diz a  tradição, é aquele que não espera a companhia alheia e não vê drama em apreciar solito seu chimarrão. Mas compartilhar é ainda melhor, e todas as manhãs compartilhamos, minha mulher e eu, o primeiro mate do dia. Para nós, todo dia é dia de chimarrão. E graças às dicas do meu amigo Mário Zambonin, já estamos usando cuias novas e bombas de aço desmontáveis, muito mais fáceis de limpar, coisa que antigamente não havia.

Compramos também uma mateira para usar em viagens (ou piqueniques). A mateira é uma bolsa, geralmente de couro, usada para carregar a cuia, a bomba, o chimarrão e uma garrafa térmica. Nossa mateira foi comprada online numa boutique gaúcha, a Barbella: é a bolsa grande com alça que aparece nesta foto. A qualidade do acabamento é tão surpreendente (e o preço tão bom) que resolvi fazer de graça esta pequena e merecida propaganda: justo hoje, Dia do Chimarrão.

7.4.18

A barriga histórica da revista VEJA


Capa da VEJA por volta das 17 horas:



capa da VEJA neste instante:




6.4.18

Exclusivo: o cinema dos condenados na Lava Jato

Depois de uma demora de vários meses e de muita especulação, foi liberada agora há pouco a lista dos 160 filmes apreendidos na "sala de cinema" do ex-governador Sérgio Cabral. Pelo que nossa reportagem conseguiu apurar, alguns desses filmes não exprimem necessariamente a predileção pessoal do apenado, mas fazem parte daquilo que se poderia (pomposamente) chamar de "cinematografia da resistência". Segundo a mesma fonte, que prefere permanecer anônima, vários outros presos da Lava Jato estão interessadíssimos nos filmes dessa lista.

Veja alguns dos títulos encontrados na filmoteca clandestina de Cabral:


Se Meu Financiamento Falasse

Superfaturando na Chuva

A Primeira Mala de um Homem

Usina de 42

Catando Propina Adoidado

Duro de Delatar

Empreiteiro Neurótico, Política Nervosa

Os Sete Tribunais

Seven - As Sete Instâncias Recursais

12 Instâncias e Uma Sentença


4.4.18

desimpedimentos

Um ministro do STF nada deve aos senadores que votaram para que assumisse o cargo. Sua aprovação foi deliberada por meio da soma dos votos dos parlamentares; e porque nenhum dos senadores em particular teria poder para decidir sozinho o resultado, o ministro não deve a nenhum deles, individualmente, nenhum favor.

Mas um ministro do STF não deveria se declarar impedido para julgar uma ação em que esteja envolvido o presidente ou ex-presidente que o indicou diretamente para o cargo? 

É só uma pergunta.


1.4.18

Dia da Pátria

Nada mais apropriado do que um primeiro de abril para comemorar (ou simplesmente memorar, caso jamais venham a ler estas linhas) o encerramento de minhas postagens sobre política no Brasil.

Uma quadrilha relativamente pequena está condenando um povo inteiro a patinhar em berço cada vez menos esplêndido.

Nem mesmo é um script original.

* * *

O mundo de minha infância já não existe. O mundo de minha infância existe em minhas lembranças.

Não existe exílio. O único exílio possível é a perda da memória.

* * *

Só um povo muito burro destruiria quase completamente a capital de seu país. Os chineses fazem exatamente o contrário: edificam cidades históricas inteiras para atrair o turista desavisado.




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