Há mortes estranhas ou desconcertantes, mas poucas rivalizam com aquela que sobrevém no cumprimento de um ofício. As mortes do futebolista em pleno jogo, do orador em meio a um discurso ou do ator no palco revestem-se de uma dignidade comparável à morte do guerreiro de outras eras no campo de batalha. Desse gênero de dignidade na morte o escritor está, por definição, privado. Eis aí mais uma razão para o suicídio de escritores.
[triagem:29.10.2004]
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