24.2.07

O marido de Dona Zuleide

Dá pra entrar? Sempre dá pra entrar. Entrar qualquer um entra, o difícil é sair. Para mim também é difícil. Se ele havia entrado, que saísse por sua conta. Já tirei dois, mas isso foi há muito tempo. Agora me dou por satisfeito em tirar a mim mesmo. Atrás desta onda vem outra, quase monstruosa. Hora de sair. Atrás dela, mais duas, talvez maiores. Ele assustou-se, engoliu água, ficou na pior. Um surfista e um salva-vidas o tiraram do mar.

Dona Zuleide me disse que só o fato de eu estar ali, perto dele, já o havia tranqüilizado. Mas e se fosse o contrário? E se ele só entrou porque me viu entrar? Não externei meus pensamentos. Se ela quer rezar por mim, que reze. Mas o infinito? O infinito não cuida de mim. Eu que me cuide quando entro nele. Eu e meu pequeno fôlego no meio das ondas que respiram grande. O mar, sim, o mar é o infinito na terra.

5 comentários:

  1. Chico,
    Que puta cantada te deu a Dna Zuleide!
    "o mar é o infinito na terra"
    muito lindo!!!!
    beijo,
    Sada

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  2. Mas Sada, a frase é minha!
    Quero dizer, é nossa. =)
    Beijo!

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  3. Chico,
    é claro que a frase é tua!
    a cantada foi antes,pelo simples fato de você estar perto dela..
    beijo!

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  4. Ah, não me complica, Sada! =)

    Mas falando sério, o Girauta também reclamou dessa passagem, e de fato ela não ficou muito clara. Dona Zuleide estava se referindo ao fato de eu estar perto do marido dela, lá no meio das ondas. ;)

    Beijo!

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