Vejamos um exemplo (fresquinho) do que pode acontecer quando usamos uma fonte secundária. Ontem, Sandra Starling, uma das fundadoras do PT, anunciou seu voto em Aécio Neves. Segundo a revista ISTO É, ela teria dito: “Votar em Dilma seria exercer o direito de ser idiota”.
Só que, a julgar pelo texto publicado no Diário do Poder, essa senhora disse algo inteiramente diferente:
"Ia, inclusive, usar meu direito de ser “idiota” - como diziam os atenienses - e deixar de votar. Mas não vou me abster. Vou votar no Aécio (...)"Como se vê, Sandra Starling está se referindo a um dos sentidos da palavra "idiota" na língua grega: algo como "aquele que cuida apenas de sua vida privada e não participa da vida pública".
Em nenhum momento ela chamou os eleitores de Dilma de "idiotas". Por que a revista distorceu a declaração de Sandra Starling a ponto de transformá-la num xingamento banal? Teria ela algum interesse em atirar um testemunho como esse, tão importante e tão ponderado, à vala comum da linguagem ordinária usada nas famosas "redes sociais"?
A revista distorceu ainda outras falas da ex-deputada, como se poderá perceber numa rápida leitura dos dois documentos, que são muito curtos. E esse é apenas um caso, ocorrido algumas horas atrás. Ao que parece, a mentira está se tornando uma doença epidêmica e fora de qualquer controle. Ai de quem não tem vocação para a pesquisa...
Fontes (arquivo)
ISTO É
DIÁRIO DO PODER
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