24.6.06

Inda caminha em minha espinha
o fortuito olhar de um cego,
o bom-dia de um surdo-mudo,
o gesto vivo de tantos mortos.

Nós, se nós somos, somos nós
do que o tempo em nós torceu,
e nestes nós de tantos nós
outros nós de nós retornarão.
.

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