Não me ame.
Não como o dedo ama o dedal
que por tempo o cobre
e depois é esquecido
no canto escuro
da gaveta inferior
da cômoda menor
do quarto de serviço.
Me ame como o nervo ama a carne
feito unha
ou não me ame.
Não como o dedo ama o dedal
que por tempo o cobre
e depois é esquecido
no canto escuro
da gaveta inferior
da cômoda menor
do quarto de serviço.
Me ame como o nervo ama a carne
feito unha
ou não me ame.
3 Comentários:
ou tudo ou nada, claro. "não queiras nada pela metade" dizia Torga.
...Abaixo do nada, é ser dedal :-)
abraço da
Julia
ps- vim aqui não pq vc me visitou e deixou lá umas palavras simpáticas, mas pq me apeteceu. é a coisa + bonita que lhe posso dizer
É precisamente isso, Júlia. Abaixo do nada, o dedal.
Eu a visitei porque você me visitou primeiro, e não há nisso nenhum mistério; mas as palavras que eu lá deixei são um pouco - ou melhor, um muito - de minha própria vida.
Abraços.
As vezes penso que o nada o faz mais feliz do que o tudo. Pelo menos o nada, o faz sentir... tudo.
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