18.8.07

Não me ame.

Não como o dedo ama o dedal
que por tempo o cobre
e depois é esquecido
no canto escuro
da gaveta inferior
da cômoda menor
do quarto de serviço.

Me ame como o nervo ama a carne
feito unha
ou não me ame.

3 Comentários:

Blogger -JÚLIA MOURA LOPES- disse...

ou tudo ou nada, claro. "não queiras nada pela metade" dizia Torga.
...Abaixo do nada, é ser dedal :-)

abraço da
Julia

ps- vim aqui não pq vc me visitou e deixou lá umas palavras simpáticas, mas pq me apeteceu. é a coisa + bonita que lhe posso dizer

21 de agosto de 2007 às 20:25  
Blogger Francisco Fuchs disse...

É precisamente isso, Júlia. Abaixo do nada, o dedal.

Eu a visitei porque você me visitou primeiro, e não há nisso nenhum mistério; mas as palavras que eu lá deixei são um pouco - ou melhor, um muito - de minha própria vida.

Abraços.

22 de agosto de 2007 às 18:03  
Blogger Unknown disse...

As vezes penso que o nada o faz mais feliz do que o tudo. Pelo menos o nada, o faz sentir... tudo.

16 de setembro de 2007 às 21:42  

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