26.8.14

Evolução e seleção natural

A biologia moderna depende, como todos sabem, da hipótese de uma gradual transformação de todas as formas vivas –– a hipótese da origem das espécies por um lento processo de evolução, e não por um repentino ato de criação. Ademais, a maior parte das pessoas sabe que a ciência biológica sustenta que o agente principal dessa transformação é o princípio de seleção natural, descoberto por Charles Darwin e Alfred Russel Wallace. 

WEISMANN, August. Thoughts upon the musical sense in animals and man, IN Essays upon heredity and kindred biological problems, Volume II, Oxford, Clarendon Press, 1892, p. 33.
À primeira vista, esse pequeno trecho de Weismann, um dos grandes nomes da biologia moderna, não oferece grande coisa ao leitor. Seja; mas o pouco que ele oferece é de enorme importância. Afinal, em apenas duas frases, o biólogo alemão estabelece uma distinção muito clara entre a evolução das espécies, ou transformismo, e a seleção natural.

Essa distinção é decisiva para a compreensão de um dos mais interessantes debates contemporâneos – e não estou me referindo aqui ao debate entre evolucionismo e criacionismo. Se você não domina essa distinção, não há razão para envergonhar-se: mesmo o grande Étienne Gilson já se confundiu nessa matéria e você está, portanto, em ótima companhia.

Estou me recuperando de uma angina instável e, por ora, não poderei me estender sobre esse tema. Mas não custa lembrar que eu já escrevi sobre ele, há 18 anos, em A noção de virtualidade em Bergson. Se estiver curioso, dê uma olhada, sobretudo na introdução e no quarto capítulo.

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