papo de eleição
Esta conversa foi ouvida por minha mulher, em março deste ano, no ônibus Charitas-Gávea (Rio de Janeiro). O ônibus estava indo para Niterói por volta de seis da tarde. Nesse horário há sempre muitas trabalhadoras domésticas voltando para casa. Minha mulher sabe disso porque, volta e meia, conversa com uma delas. Mas não dessa vez; dessa vez ela apenas ouviu a conversa entre duas mulheres. Uma delas tinha seus quarenta e poucos anos e era parda; a outra, branca, aparentava ter uns trinta e poucos. Elas não estavam sussurrando. Conversavam, normalmente, em voz alta.
– Esse ano tem eleição!
– Eleição é bom. Onde eu moro sempre dão dinheiro.
– Lá onde eu moro eles dão muito cimento e tijolo. E eu estou mesmo precisando terminar minha casa.
– Eu mudei meu voto pra São Gonçalo porque lá dão mais coisas. Aqui [Niterói] eles não dão muita coisa não.
– Não faz diferença quem vai ganhar. Não muda nada pra gente.
Achei que seria apropriado compartilhar essa conversa com os leitores neste dia 15 de agosto, a exatos três meses de comemorarmos, mais uma vez, a proclamação da República. Se é que temos algo a comemorar.
– Esse ano tem eleição!
– Eleição é bom. Onde eu moro sempre dão dinheiro.
– Lá onde eu moro eles dão muito cimento e tijolo. E eu estou mesmo precisando terminar minha casa.
– Eu mudei meu voto pra São Gonçalo porque lá dão mais coisas. Aqui [Niterói] eles não dão muita coisa não.
– Não faz diferença quem vai ganhar. Não muda nada pra gente.
Achei que seria apropriado compartilhar essa conversa com os leitores neste dia 15 de agosto, a exatos três meses de comemorarmos, mais uma vez, a proclamação da República. Se é que temos algo a comemorar.
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