22.12.14

Design inteligente?

Não. Como disse anteriormente, nunca estudei os teóricos do chamado "design inteligente". E na época dessa postagem eu nem mesmo sabia que adeptos do design inteligente estavam prestes a realizar, em Campinas, o primeiro congresso brasileiro sobre o tema.

Pois bem. Maurício Tuffani publicou ontem um excelente artigo sobre o assunto. Eu diria até que se trata de um texto obrigatório. Chamo a atenção para este trecho, retirado não do corpo do artigo, mas de uma resposta de Tuffani ao comentário de um leitor:
(...) a física newtoniana não foi abandonada, pois seu modelo explicativo continua válido para os fenômenos de nosso cotidiano. Pode realmente vir a ser o caso de a evolução pela seleção natural ser suplantada por uma outra teoria, e não haverá demérito nenhum nisso. Mas terá de ser uma teoria que amplie [grifo meu] a explicação dos fenômenos, e não a TDI [teoria do design inteligente] com sua agenda negativa.
A posição de Tuffani parece-me compatível com o que eu afirmei na postagem mencionada:
Doravante, o único debate interessante é aquele que diz respeito às causas da evolução. Teríamos aqui, a princípio, três respostas possíveis: (1) Deus; (2) Acaso e necessidade (seleção natural); (3) Vontade, acaso e necessidade (vitalismo). Essa terceira alternativa introduz algum tipo de causalidade mental na evolução dos seres vivos (...)
Percebe-se claramente no trecho acima que eu me esforço para conceber a "terceira alternativa" como um vitalismo que integra (em vez de excluir) o binômio acaso e necessidade. Esse vitalismo pertence, evidentemente, ao campo da especulação filosófica: ele não é teologia nem ciência, mas filosofia. E ainda está, em larga medida, por ser inventado.

Daqui a alguns meses voltarei a esse tema.

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