20.1.15

Je suis? Je ne suis pas? (parte II)


"Os representantes de cada uma dessas opiniões afirmam dos adeptos das outras que êles de modo algum são filósofos. É divertido ouvir com que absoluta certeza são pronunciados tais juízos. Os positivistas lógicos, por exemplo, costumam estigmatizar como metafísicos todos os filósofos que não pensam como êles. Ora, metafísica é para êles pura tolice, no sentido mais cru da palavra; um metafísico profere sons e nada diz. Assim também os kantianos: são metafísicos para êles todos os que pensam de modo diferente de Kant; mas isso não significa que digam asneiras, mas que estão simplesmente superados, pois são anti-filosóficos. Sôbre o soberano desprêzo com que os filósofos existencialistas tratam todos os outros, não é preciso falar, pois é de todos conhecido."
BOCHENSKI, J. M. Diretrizes do pensamento filosófico. Tradução de Alfred Simon. 
São Paulo: Ed. Herder, 3ª edição, 1967, pp. 27-28. A ortografia original foi mantida.


Imagine que você é um filósofo. Ora bem, você sabe que não é nenhum Platão ou Spinoza, mas tem lá suas razões para crer que você é um filósofo. De repente alguém lhe diz que você não é filósofo coisa nenhuma; que, na melhor das hipóteses, você está superado, e que, na pior das hipóteses, você é um asno que não sabe o que zurra.

E agora? Você tem o direito de se sentir ofendido? Mas... o que significa ofender-se?

E o que você fará caso sinta-se ofendido? O que você teria o direito de fazer?

A terceira postagem desta série será dedicada ao tema da ofensa. É possível que os filósofos, que tanto se ofendem (mas que nem por isso fuzilam uns aos outros), tenham algo a ensinar sobre ele.


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