17.7.16

tempos modernos

A história da humanidade é uma história de luta por valores, pelo processo de dar significado à vida e ter hegemonia e controle sobre esse significado. E a chance... ainda é promover um diálogo multicultural e respeitoso entre as diferentes civilizações e os significados que cada uma dela (sic) dá à ideia de dignidade, construindo, de forma lenta e gradual, um sistema internacional de respeito aos direitos humanos.(1)
Façamos uma leitura atenta do trecho acima. Se aquilo que é enunciado na primeira frase (grifada por mim) corresponde à realidade, então é óbvio que dificilmente chegaremos ao desejável desfecho enunciado logo em seguida. Quem quer "luta", "hegemonia" e "controle" não está aberto a negociações.

Este é apenas mais um exemplo da confusão reinante. Sim, precisamos desesperadamente de uma idéia de cultura que transcenda a facticidade das diversas culturas, mas essa idéia jamais será gerada por uma espécie de consenso "lento e gradual" entre essas culturas. Ao contrário, é preciso inventar um novo conceito de cultura que se imponha em virtude de sua própria potência, e que, inversamente, não possa ser negado senão por aqueles que fazem apologia da escravidão política.

Corolário: as concepções correntes o multiculturalismo "de esquerda", a alta cultura "de direita" estão, ambas, condenadas ao fracasso. Ainda que cada uma delas possa encerrar, por assim dizer, uma verdade parcial, elas são impotentes para equacionar e resolver o problema.


(1) Leonardo Sakamoto. UOL, 15 de julho de 2016.


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