8.12.16

deitado eternamente

Enquanto o resto do mundo discute o big data, os governantes brasileiros dão mostras de serem incapazes de cruzar duas variáveis.

Temos o direito de duvidar que a aposentadoria precoce dos professores produza um ensino melhor; mas seria sandice afirmar que esse benefício concedido aos professores não seja precisamente isso – um benefício – e, portanto, um estímulo a mais para aqueles que cogitam seguir a carreira do magistério.

O desinteresse dos jovens pelo magistério não vem de hoje e já se tornou crônico no Brasil. De acordo com os dados mais recentes, o nível de interesse dos estudantes já teria chegado a zero

A situação econômica do país leva a supor que os professores não terão grandes reajustes de salários nos próximos anos. Subjetivamente, a situação é ainda pior: pois se os bombeiros ganham mal, mas gozam de grande prestígio na sociedade, os professores do ensino médio e fundamental ganham pouco e são, ao mesmo tempo, socialmente desprestigiados. Sequer temos professores suficientes. Apenas 33% dos professores de ciências possuem graduação na área, e isso acaba se refletindo no desempenho dos alunos.



Fonte: PISA

Pois bem. É nesse contexto que o governo Temer pretende igualar as regras de aposentadoria dos professores às dos demais trabalhadores, tornando a carreira de professor ainda menos atraente. Nessa toada, não é preciso ser um mago do big data para prever que (infelizmente) o Brasil não vai dar certo: basta cruzar umas poucas variáveis.



1. Nenhum jovem quer virar professor no Brasil. Folha de São Paulo, 7/12/2016.

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