6.7.17

Crise política 3: duas (improváveis) propostas

O parlamentarismo, o voto distrital, o fim do voto obrigatório e as candidaturas independentes são algumas das propostas atuais para uma reforma política no Brasil. O problema é que a deterioração da situação brasileira exige propostas radicalmente inovadoras e, por isso mesmo, pouco convencionais.

A primeira delas seria a erradicação da influência do dinheiro na campanha eleitoral. Transformar a campanha num austero debate de idéias e propostas seria uma forma de despir o rei e toda a sua corte. Já vimos no que dá encarar a política como um espetáculo. As campanhas devem assemelhar-se a reuniões de condomínio, e não a superproduções de Hollywood. Em vez de publicitários vendendo candidatos, teríamos os próprios candidatos vendendo aquilo que interessa: suas idéias e propostas. Qual seria o lugar privilegiado para uma campanha seca como essa? A Internet, claro. Seria chato? Sem dúvida. Mas é exatamente por isso que não há reunião de condomínio (ou eleições) todo dia.

A segunda proposta seria a criação de um grande fórum de debates na Internet onde qualquer cidadão poderia sugerir mudanças na legislação e soluções para problemas da esfera pública. Já existe uma iniciativa semelhante no Senado, mas ela não pode nem mesmo ser comparada a um autêntico fórum de debates. Um fórum daria, para além da representação, voz ao cidadão qualquer, e seria uma bela ferramenta para aprimorar e aprofundar a democracia. Apenas as forças mais ferrenhamente antidemocráticas (à direita e à esquerda) se posicionariam contra uma iniciativa como essa. Estados e municípios poderiam manter seus próprios fóruns; o custo dessas assembléias virtuais seria irrisório.

Terão essas jabuticabas alguma chance de prosperar? Duvido muito. Estamos eternamente condenados ao subdesenvolvimento? Se depender de nossa classe política, sim.

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