24.8.17

Do consumo como instrumento de reivindicação política

Há quem pense que apenas uma revolução "francesa", ou seja, sangrenta, seria capaz de sacudir o status quo da política politicalha brasileira.

Grande bobagem.

Certa vez pensei numa solução que, na época, era irrealizável, mas que hoje, na era das redes sociais, me parece um pouco mais plausível.

O que faz o Estado quando quer educar o cidadão? Mexe no seu bolso, aplicando multas.

E o que pode fazer o cidadão para educar o Estado? Mexer no seu bolso, ou melhor, no bolso daqueles grupos que sustentam a economia e, portanto, o Estado e os políticos.

Como? Com depredações? É claro que não. Basta combinar nas redes sociais: enquanto o corrupto "X" ou "Y" estiver no exercício de seu cargo, ninguém, no país inteiro, comprará um único carro. Ou um único refrigerante. Ou ambos. Poderia ser feita uma lista de vários produtos, mais ou menos supérfluos, dos quais (ou de cuja troca) não seria tão difícil assim abrir mão por uma, duas, três semanas.

Essa queda de braço seria invariavelmente ganha pelos cidadãos-consumidores. A pressão dos empresários sobre os políticos seria enorme, e estes se veriam forçados a encontrar rapidamente um meio legal de defenestrar os alvos da "operação".

Obviamente, a eficácia desse tipo de ação dependeria, em proporção direta, da intensidade da indignação popular em face de "X" ou "Y". Mas, naqueles raros casos em que houvesse algo próximo a uma unanimidade, veríamos quem é o rabo e quem é o cachorro.


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