Minha última postagem sobre política no Brasil
O título desta postagem é provavelmente mentiroso, mas eu pretendo me esforçar para cumprir a promessa. Não creio que alguém tenha vindo ao mundo para, sem ganhar nada, perder tempo com algo tão medíocre quanto a política brasileira.
Vou transcrever abaixo um trecho da PEC (proposta de emenda à constituição) elaborada em 2015 por um nobre deputado, apenas omitindo algumas passagens para que o leitor não saiba (de imediato) de que se trata. Vamos lá. Será divertido.
Você seria capaz de adivinhar?
Em resumo, ele:
1. Deteriora as "paisagens naturais";
2. Causa ao turismo "danos irreparáveis";
3. Reduz os empregos;
4. Reduz a renda;
5. Causa impacto negativo nas contas públicas de Estados e Municípios.
Já descobriram a que monstro odiento nosso deputado se refere?
Dou-lhe uma, dou-lhe duas...
Dou-lhe três!
E aqui está a resposta:
O deputado está combatendo, literalmente, moinhos de vento.
Ou, mais precisamente, usinas de geração de energia eólica.
Como resolver esse grave problema? Cobrando mais um imposto, é claro; mais especificamente, cobrando royalties pela exploração do "potencial energético dos ventos", que, obviamente, se tornaria "patrimônio da União". Assim, o vento receberia o mesmo status de um recurso vital e escasso que realmente requer algum tipo de controle: a água.
Ou seja, enquanto na Europa recordes estão sendo quebrados (em outubro passado, quase 25% da energia na Europa foi gerada por usinas eólicas), aqui o nobre político resolveu tornar mais cara e complicada a exploração dessa energia limpa e com escasso impacto ambiental.
Por quê? Porque ele faz parte de uma elite que, em detrimento da sociedade, comanda o Estado.
Esta é a PEC 97/2015.
Este é o relatório de assinaturas.
Este é o andamento da PEC.
Como se pode constatar no relatório de assinaturas, inimigos fidagais se uniram para dar apoio à PEC 97/2015. Ou seja, se é para aumentar a tributação, expandir a burocracia e dificultar a vida econômica do país, estão todos dentro: de Jean Wyllys a Jair Bolsonaro.
Vale notar que, em outros países, quem recebe royalties são os fazendeiros que permitem a instalação de usinas eólicas em suas terras. Aqui, estamos declarando que o vento... é "patrimônio da União". Está aí a resposta para quem duvidava que fosse possível estocar vento.
Last but not least, o autor da PEC 97/2015 é o deputado Heráclito Fortes (PSB/PI): aquele que, segundo a Wikipédia, "é conhecido pelos executivos da Odebrecht como Boca Mole".(1)
(1) A versão atual do artigo da Wikipedia deixou de mencionar o suposto apelido do Deputado, embora seja de amplo conhecimento público. Como o próprio Deputado afirmou sentir-se homenageado pelo apelido, não vejo problema em manter a citação, embora removendo o atalho que caducou. (Nota de 6 de novembro de 2018).
Vou transcrever abaixo um trecho da PEC (proposta de emenda à constituição) elaborada em 2015 por um nobre deputado, apenas omitindo algumas passagens para que o leitor não saiba (de imediato) de que se trata. Vamos lá. Será divertido.
"...essas instalações limitam sobremaneira a realização de outras atividades econômicas nos mesmos espaços geográficos. O turismo, por exemplo, grande fonte de renda do litoral do Nordeste, (...) sofre danos irreparáveis, tanto pelas restrições físicas impostas (...) como pela deterioração de extraordinárias paisagens naturais. Essa situação provoca a redução dos empregos e da renda, além de causar impactos adversos nas contas públicas dos Estados e Municípios situados nas regiões afetadas."Que monstro terrível está sendo descrito na passagem acima?
Você seria capaz de adivinhar?
Em resumo, ele:
1. Deteriora as "paisagens naturais";
2. Causa ao turismo "danos irreparáveis";
3. Reduz os empregos;
4. Reduz a renda;
5. Causa impacto negativo nas contas públicas de Estados e Municípios.
Já descobriram a que monstro odiento nosso deputado se refere?
Dou-lhe uma, dou-lhe duas...
Dou-lhe três!
E aqui está a resposta:
O deputado está combatendo, literalmente, moinhos de vento.
Ou, mais precisamente, usinas de geração de energia eólica.
Parque eólico de Aracati (Ceará)
Como resolver esse grave problema? Cobrando mais um imposto, é claro; mais especificamente, cobrando royalties pela exploração do "potencial energético dos ventos", que, obviamente, se tornaria "patrimônio da União". Assim, o vento receberia o mesmo status de um recurso vital e escasso que realmente requer algum tipo de controle: a água.
Ou seja, enquanto na Europa recordes estão sendo quebrados (em outubro passado, quase 25% da energia na Europa foi gerada por usinas eólicas), aqui o nobre político resolveu tornar mais cara e complicada a exploração dessa energia limpa e com escasso impacto ambiental.
Por quê? Porque ele faz parte de uma elite que, em detrimento da sociedade, comanda o Estado.
Esta é a PEC 97/2015.
Este é o relatório de assinaturas.
Este é o andamento da PEC.
Como se pode constatar no relatório de assinaturas, inimigos fidagais se uniram para dar apoio à PEC 97/2015. Ou seja, se é para aumentar a tributação, expandir a burocracia e dificultar a vida econômica do país, estão todos dentro: de Jean Wyllys a Jair Bolsonaro.
Vale notar que, em outros países, quem recebe royalties são os fazendeiros que permitem a instalação de usinas eólicas em suas terras. Aqui, estamos declarando que o vento... é "patrimônio da União". Está aí a resposta para quem duvidava que fosse possível estocar vento.
Last but not least, o autor da PEC 97/2015 é o deputado Heráclito Fortes (PSB/PI): aquele que, segundo a Wikipédia, "é conhecido pelos executivos da Odebrecht como Boca Mole".(1)
Deputado Heráclito Fortes - PSB/PI
(1) A versão atual do artigo da Wikipedia deixou de mencionar o suposto apelido do Deputado, embora seja de amplo conhecimento público. Como o próprio Deputado afirmou sentir-se homenageado pelo apelido, não vejo problema em manter a citação, embora removendo o atalho que caducou. (Nota de 6 de novembro de 2018).
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