29.4.19

uma era de ouro

Certa vez, numa conversa com Lydio Bandeira de Mello (a quem estou devendo uma visita), eu disse que estamos vivendo, num âmbito global, uma era de ouro.

Ou seja, se pensamos que o presente é ruim, é porque ainda não vimos (ou previmos) o futuro. Ainda gozamos de uma relativa liberdade, inclusive no que diz respeito à mais importante entre as liberdades, a de expressão; nossos oceanos ainda não são imensos depósitos de lixo quase sem vida; ainda existem abelhas, florestas e reservas de água doce; os conflitos ainda são localizados e não se tornaram guerras de grandes proporções; ainda não testemunhamos ataques atômicos, químicos ou biológicos que fariam os genocídios do século XX parecer simples ensaios; a democracia liberal não foi inteiramente substituída por ditaduras populistas ou teocráticas, e ainda subsiste em alguns países; o controle total da sociedade por meio da tecnologia ainda está tomando forma; quase todos os países ainda compartilham uma única Internet; e ainda não nos tornamos (todos) inteiramente estúpidos e insensíveis, embora caminhemos para isso a passos largos.

Assim, apesar de todos os enormes problemas, alguns deles não mencionados acima, ainda há tempo para cantarmos what a wonderful world; sem esquecer, entretanto, que grandes privilégios trazem consigo grandes responsabilidades.

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