30.10.18

Uma última palavra sobre a Folha de São Paulo

Antes que algum iluminado estabeleça uma relação entre minhas recentes críticas à Folha e as críticas do presidente eleito ao mesmo jornal, não custa esclarecer que:

(1) Eu costumo criticar bobagens urdidas no executivo, no legislativo e no judiciário, e não vejo razão para não criticar bobagens que leio na imprensa.

(2) Boa parte de minhas críticas à imprensa sempre se dirigiu à Folha (ou aos seus colunistas) porque é o jornal que mais leio e o único de que sou assinante.

(3) Sei ler um jornal e o notório viés político da Folha nunca me incomodou (a não ser, claro, quando assumia um viés explicitamente antidemocrático). Por incrível que pareça, o que acabou acendendo um sinal de alerta foi a sistematicidade com que o jornal "esconde" o clube de futebol mais querido do Brasil. Por várias vezes, fui forçado a pesquisar o jornal para achar uma matéria sobre uma vitória do Flamengo, clube que só aparece na página de resultados quando não vence.

Posso entender que um jornal combata um líder político que detesta. Mas há obviamente algo muito errado num jornal capaz de comportar-se desse modo com o clube de maior torcida do Brasil e, possivelmente, do mundo. Afinal, aqui o problema deixa de ser político e torna-se eminentemente ético. Sei muito bem que sempre foi difícil achar um jornal guiado por pautas, e não por agendas; mas nunca vi, num grande jornal, uma agenda tão esdrúxula quanto essa, e que me deixasse tão desconfiado acerca da suposta "grandeza" de um veículo de comunicação.


P.S.: Não, eu não cancelei minha assinatura da Folha nem estou exortando ninguém a fazê-lo. Uma imprensa meia-boca é sempre muito melhor do que imprensa nenhuma. Bolsonaro sequer foi empossado e já está dando uma de petista.

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