27.4.16

uns e outros

Quem viveu a virada do milênio sabe do que eu estou falando: na passagem da conexão discada para a chamada conexão de "banda larga", as empresas de telefonia inventaram, para fins de marketing, algo que na realidade nunca existiu: os planos de Internet "ilimitada".

Todos os planos da chamada "banda larga" são (e sempre foram) limitados pela velocidade de conexão.

A quantidade de dados circulando pela Rede aumentou (e continua aumentando) de forma exponencial? Sem dúvida. Só que o consumidor, por conta disso, tem pago (e continua pagando) para poder atualizar seu hardware e assim dar conta da produção, da recepção e do armazenamento dessa quantidade de dados cada vez maior.

E as empresas de telefonia? Também estão atualizando seu hardware? Estão negociando com os provedores de conteúdo "pesado" (vídeo, jogos online, Netflix) uma contribuição, possivelmente temporária, que lhes ajude a fazer esse investimento? Ou querem apenas resolver as coisas da maneira mais "simples": fazendo a corda arrebentar, como sempre, do lado mais fraco? E aqui eu me refiro literalmente ao lado mais fraco, àqueles que não podem se dar ao luxo de "pagar pelos dados".

Mas o que realmente surpreende é que a coisa toda não se resuma a um simples e talvez previsível problema de ganância empresarial. A julgar pela primeira declaração do presidente da Anatel (que depois foi forçado a recuar), estamos sendo testemunhas de uma política pública de desinformação e "deseducação" da população mais pobre. Se começarmos a juntar as peças do quebra-cabeças (entre as quais está a desastrosa mudança curricular proposta pelo governo), veremos que essa hipótese pode ser algo mais do que uma vã "teoria da conspiração". Podemos efetivamente estar diante de um plano deliberado e multifacetado para diminuir a qualidade da informação e ao mesmo tempo restringir a liberdade de produção e de acesso à informação. Produzir uma nação de imbecis talvez seja interessante para uns e outros.


16.4.16

A proposal concerning the duration of copyright

Foi atualizado ontem o documento PDF onde proponho uma modificação da lei de copyright. Não custa lembrar que esse texto desenvolve uma idéia que já havia sido postada aqui.

14.4.16

A lanterna de Diógenes

Ligo a TV e presencio uma espécie de consulta espiritual. Uma criança teve dor de barriga. Ela havia ganho uma boneca de sua tia. Essa tia, explica a religiosa na TV, usou a boneca para fazer mal à sobrinha. Não se pode afirmar que queria matá-la, mas... ela certamente queria lhe fazer mal.

Vou para a Internet. No canal do STF, o ministro Barroso está dizendo que, num problema de tamanha envergadura (o impedimento do chefe de um outro poder) não pode haver interna corporis. Se é assim, concluo, é bastante provável que concedam ao legislativo alguma autonomia; mas só quando o assunto for de menor importância.

O que esperar de um país onde um supremo magistrado sofisma e uma religiosa joga irmã contra irmã (literalmente) em plena TV aberta?


6.4.16

From birth to freedom

A proposal concerning the duration of copyright

The copyright law conciliates two essential rights: the right of the creators of intellectual works and the right of the public to freely enjoy, after a certain amount of time, such works. However, it seems that the copyright law was implemented in a way that produces inequality…


Enquanto os congressistas contabilizam votos, obras, cargos e, claro, la platita, otários como eu fazem, de graça, um tanto do trabalho que eles deveriam estar fazendo. Tive de correr um pouco para publicar o texto ainda hoje, dia em que se comemora o aniversário de 120 anos da primeira olimpíada moderna. Não entendeu? Então leia o arquivo PDF que está disponível aqui.
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