Vamos Arranjar o Resultado?
Antes que se encerre o mês de julho, e com ele a última oportunidade de voltar ao assunto, farei um derradeiro comentário sobre a Copa da Rússia.
O futebol vale pelas belas jogadas e gols. O resultado é o que menos importa, e importa menos ainda quando é grosseiramente manipulado.
Locutores ingleses foram extremamente severos com a arbitragem em vários lances decisivos da competição. Enquanto isso, a imprensa brasileira tentava justificar o injustificável.
Discutiu-se muito, por exemplo, se foi falta o empurrão (na verdade, foram sucessivos empurrões) do jogador suíço em Miranda. Para mim, está óbvio que Zuber fez falta para ocupar o lugar que estava sendo ocupado pelo defensor, assim como está óbvio que os empurrões foram fortes o bastante para deslocar Miranda. Ninguém jamais disse que Miranda foi agredido.
Mas bastou a FIFA afirmar que o empurrão foi "leve" (um simples "contato") e dois dos maiores jornais do país já passaram a pôr em dúvida a própria existência do "empurrão".
Uma imprensa que se curva tão rapidamente à inverdade dos fatos não inspira nenhuma confiança.
Já que a FIFA sequer puniu a joelhada nas costas que tirou Neymar da Copa de 2014 (ou o pisão desleal desta Copa), o mínimo que seus dirigentes poderiam ter feito é omitir-se de fazer comentários a respeito do desempenho do jogador.
Somos grosseiros? Eles também. E como.
Não me canso de espantar-me com a ingenuidade daqueles que perdem tempo discutindo resultados obviamente manipulados. Sim, existe competência, e existe acaso, mas também existe a irresistível tentação de ajudar a produzir o resultado. Um dia a Copa da Rússia de 2018 será conhecida como a Copa em que o VAR foi introduzido para dar à FIFA uma oportunidade extra de manipulação dos resultados.
Assistir a esse tipo de coisa é um preço alto demais a ser pago para vibrar com aquele lance genial que nem sempre vem.
O futebol vale pelas belas jogadas e gols. O resultado é o que menos importa, e importa menos ainda quando é grosseiramente manipulado.
* * *
Locutores ingleses foram extremamente severos com a arbitragem em vários lances decisivos da competição. Enquanto isso, a imprensa brasileira tentava justificar o injustificável.
Discutiu-se muito, por exemplo, se foi falta o empurrão (na verdade, foram sucessivos empurrões) do jogador suíço em Miranda. Para mim, está óbvio que Zuber fez falta para ocupar o lugar que estava sendo ocupado pelo defensor, assim como está óbvio que os empurrões foram fortes o bastante para deslocar Miranda. Ninguém jamais disse que Miranda foi agredido.
Mas bastou a FIFA afirmar que o empurrão foi "leve" (um simples "contato") e dois dos maiores jornais do país já passaram a pôr em dúvida a própria existência do "empurrão".
O "suposto empurrão" da Folha.
Uma imprensa que se curva tão rapidamente à inverdade dos fatos não inspira nenhuma confiança.
* * *
Já que a FIFA sequer puniu a joelhada nas costas que tirou Neymar da Copa de 2014 (ou o pisão desleal desta Copa), o mínimo que seus dirigentes poderiam ter feito é omitir-se de fazer comentários a respeito do desempenho do jogador.
Somos grosseiros? Eles também. E como.
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Não me canso de espantar-me com a ingenuidade daqueles que perdem tempo discutindo resultados obviamente manipulados. Sim, existe competência, e existe acaso, mas também existe a irresistível tentação de ajudar a produzir o resultado. Um dia a Copa da Rússia de 2018 será conhecida como a Copa em que o VAR foi introduzido para dar à FIFA uma oportunidade extra de manipulação dos resultados.
Assistir a esse tipo de coisa é um preço alto demais a ser pago para vibrar com aquele lance genial que nem sempre vem.