a cultura e a morte - nova série (6)
"Essa miserável questão de paternidade... Que significa ela, afinal? Que importa, quando se reflete bem nisso, que uma criança seja do nosso sangue ou não? Todos os pequeninos entes do nosso tempo são coletivamente os nossos filhos (de nós, adultos da mesma época), e são confiados ao nosso cuidado comum. Essa excessiva afeição dos pais pelos seus filhos e a indiferença em relação aos filhos dos outros não é, no fundo, da mesma forma que o sentimento de classes, o patriotismo, a preocupação de salvar a própria alma e outras virtudes, senão uma pequenez de alma exclusiva e egoísta."
Thomas Hardy: Judas, o Obscuro (1895), V, 3
Tradução de Octávio de Faria